Narrativas sobre a morte violenta

O que está na origem da morte violenta como extermínio do Outro é o apagamento do sujeito no discurso. Este livro faz avançar, com uma amarração inovadora entre epistemologia, clínica e política, a escuta de narrativas que inscrevem um conhecimento impregnado de vida. Essa perspectiva abala uma concepção de ciência asséptica e aniquila a defesa de uma neutralidade clínica que contraria a ética do desejo inconsciente. As narrativas tecidas pelo próprio sujeito, que se responsabiliza por suas memórias, muitas vezes silenciadas, transformam-se em atos de subversão. o leitor poderá testemunhar, em cada capítulo, escritas insurgentes e pesquisas que fissuram lógicas racistas, coloniais e patriarcais que estão na base do laço social brasileiro e da própria universidade. A psicanálise destaca a enunciação que ao mesmo tempo subtrai e presentifica o gozo, na medida em que inclui o corpo em sua dimensão histórica e geopolítica, ultrapassando o individual e buscando, em cada história, aquilo que remete ao coletivo.