De volta a 1984

No dia 10 de setembro de 1984, a secretária do Colégio Silveira encontra o corpo do diretor numa poça de sangue. Assume a investigação do crime um tenente-coronel do exército que costuma ser desviado das ações repressivas para outras funções. Os desdobramentos da história são surpreendentes, mas o contexto sociopolítico recebe do narrador igual ou maior atenção do que a elucidação dos fatos. Assim, De volta a 1984 é uma narrativa bem articulada e envolvente tanto pelo andamento de romance policial quanto pelos temas abordados, como a ditadura militar e o abuso da mulher. O leitor é instado a relacionar o tempo do romance com o momento contemporâneo, num movimento que vai da ditadura de 1964 ao governo de Bolsonaro. Na base de tudo, um grande apreço pela literatura, que se torna a pista mais consistente para a elucidação do crime.