Voz discursiva
Nas construções de autorreferência (quando o autor está falando de si, de seu trabalho), é importante não misturar a primeira pessoa do plural com a primeira pessoa do singular ao longo do texto.
O discurso na primeira pessoa do plural é uma estratégia frequentemente adotada pelos autores, porém há empregos distintos do “nós” no texto e que soam muito melhor.
O autor pode, no entanto, trafegar entre as diferentes pessoas do discurso em sua escrita, empregando ora a forma impessoal (realizam-se, faz-se), ora a primeira pessoa do singular, por exemplo.
Nós majestático
O uso é majestático quando o autor se coloca, humildemente, representado por esse pronome, significando que, além e antes dele, outros desenvolveram as mesmas análises ou contribuíram com seu texto.
- Desejamos sustentar esta proposta, demonstrando a proximidade entre os autores.
Inclusão do leitor
Outro uso, diverso deste, é quando o autor inclui o leitor na construção, aproximando-o de si.
- Teríamos assim duas diferentes concepções de escrita.
Este último uso não implica que a forma majestática seja usada para o autor fazer referência a si discursivamente.
- Ao ler as páginas daquele compêndio, não ficamos presos à ideia de inexorabilidade da vida. Então, ao realizar esta análise, priorizo um sentido diferente.
Mais de um autor
Há casos em que o texto foi produzido por mais de um autor. Não se trata, pois, de “nós” majestático, mas sim da adequação do texto ao interlocutor plural.