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Hífen, traço médio, travessão, parênteses e aspas

Hífen

Além de ser empregado nos termos compostos e na separação de sílabas, o hífen é usado para:

Indicar ligação ou movimento entre dois pontos:

  • percurso Belém-Brasília, eixo Roma-Berlim-Tóquio, linha aérea Paris-Rio, ponte rodoviária Rio-São Paulo

Ligar palavras cuja união não dá origem a um termo com um terceiro significado:

  • relação arte-sociedade, diálogo governo-empresários, coleções primavera-verão e outono-inverno

Indicar um intervalo de anos, de páginas, de medidas:

  • 1964-1985; p. 12-89; 1,35-1,65 m

Traço médio ou travessão

Nas intercalações, usa-se traço médio ou travessão, de acordo com a preferência do preparador. O importante é que o emprego seja padronizado ao longo de toda a obra:

  • A redação do jornal se situava na Rua da Assembleia — região central do Rio de Janeiro —, já o local de impressão é desconhecido.
  • A redação do jornal se situava na Rua da Assembleia – região central do Rio de Janeiro –, já o local de impressão é desconhecido.

Em uma intercalação não há ponto-final, exceto quando ela for o último elemento da oração, dispensando-se assim o traço que a encerraria. Antes de qualquer outra pontuação que não encerre a frase, preserva-se o traço ou o travessão.

  • Lefebvre desenvolve uma filosofia partindo de um fenômeno — a revolução urbana — e de uma hipótese — a urbanização total da humanidade.
  • Esses elementos estavam presentes no próprio nome das revistas: Rosa-Cruz – sétimo e último grau da maçonaria –; Pallivm – do latim, ornamento litúrgico –; Turris Eburnea – símbolo de nobre pureza na tradição religiosa –; e até mesmo Kosmos e Galaxia, que não perdiam a conotação de mistério, de algo transcendental.

Parênteses

Às vezes, se o traço anteceder dois-pontos ou ponto e vírgula, o texto ficará mais elegante visualmente substituindo os traços por parênteses:

  • Esses elementos estavam presentes no próprio nome das revistas: Rosa-Cruz (sétimo e último grau da maçonaria); Pallivm (do latim, ornamento litúrgico); Turris Eburnea (símbolo de nobre pureza na tradição religiosa); e até mesmo Kosmos e Galaxia, que não perdiam a conotação de mistério, de algo transcendental.

Quando os parênteses englobam uma frase completa, eles contêm a pontuação de toda frase:
Aquelas palavras (Ser ou não ser? Eis a questão.) ressoam em toda a cultura ocidental.

Traço médio

Para acrescentar um elemento de identificação a um termo mencionado, com intercalação de espaços entre o termo e seu qualificativo, usa-se o traço médio. Esse uso é feito no nome de algumas instituições, de cursos, na referência de teses e dissertações e em títulos antecedidos por uma palavra designativa.

  • Psicologia – Bacharelado; Letras – Inglês; Université Paris X – Nanterre
  • AGUIAR, André Andrade de. Avaliação da microbiota bucal em pacientes sob uso crônico de penicilina e benzatina. 2009. Tese (Doutorado em Cardiologia) – Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009.

O traço médio também é utilizado nos títulos de figuras.

  • Quadro 2 – Siglas e capitais dos estados brasileiros

Travessão em diálogos

Nas obras literárias, dá-se sempre preferência ao travessão, sobretudo quando houver diálogos:

  • — Ele lhe escreveu?
    — Escreveu muito.
    — Mostre-me logo essas cartas, eu lhe ordeno!
    — E o Senhor de Rênal cresceu a mais de um metro e oitenta.
    — Deus me livre disso — ela lhe respondeu com doçura que chegava às raias da indolência. — Eu as mostrarei um dia, quando estiver mais controlado (STENDHAL, O vermelho e o negro, Nova Cultural, 2002, p. 96)

O diálogo demarcado com travessão abre o parágrafo, abrangendo a fala de apenas um interlocutor; havendo mudança de falante, há mudança de parágrafo. Já a narração é retomada logo depois do diálogo ou continua num novo parágrafo.

  • — Mostre-me logo essas cartas, eu lhe ordeno!
    — E o Senhor de Rênal cresceu a mais de um metro e oitenta.
    — Mostre-me logo essas cartas, eu lhe ordeno!
    E o Senhor de Rênal cresceu a mais de um metro e oitenta.

Contudo, se a sequência do diálogo se referir à fala (exclamou, disse, sussurrou, explicou etc.), mantém-se a oração na mesma linha, iniciada com caixa-baixa, independentemente da pontuação que finaliza a fala.

  • — Que baile magnífico! — disse ao conde. — Não falta nada.
  • — Que baile magnífico — disse ao conde —; não falta nada!
  • — Que baile magnífico — disse ao conde. — Não falta nada.

Aspas

As aspas identificam palavras ou termos utilizados:

  • em sentido figurado (no entanto, se o texto, o trecho já for por natureza mais informal, as aspas são dispensáveis neste caso)
    Numa crise dessa magnitude, todos os envolvidos no projeto ficam apreensivos de que “a vaca vá pro brejo”.
  • de forma polêmica ou inadequada
    A “revolução” de 1964 foi decisiva para o desenvolvimento econômico brasileiro, segundo o entrevistado.
  • ironicamente, quando a ironia não for óbvia para o leitor
    Em face da “excelente” qualidade do ensino brasileiro, uma série de debates sobre educação foi realizada para discutir o tema e propor soluções.

Em ficção

Para demarcar pensamentos, utilizam-se aspas, em vez de travessão.

  • Estava de algum modo aniquilada pela horrorosa idéia de haver concedido direitos sobre sua pessoa a um padrezinho, filho de camponês. “É quase a mesma coisa”, pensava nos momentos em que exagerava sua felicidade, “que se tivesse uma fraqueza minha censurada por um criado” (STENDHAL, O vermelho e o negro, Ed. Nova Cultural, 2002, p. 254).

Se uma mesma fala ocupar mais de um parágrafo, todos os parágrafos, a partir do segundo, são introduzidos com abertura de aspas, que só se fecham quando a fala terminar:

  • — Você fez muito bem de impedir Fabrice de chegar oficialmente; estamos aqui em plena reação. Adivinhe só o colega […] morreu da queda de um carro.
    “Quanto aos sessenta e tantos canalhas que mandei matar à bala, […] tudo o que se poderia dizer sobre nossos distúrbios. Outro agente se encaminhou para Bolonha e Florença. Eu dei de ombros.
    “Mas o engraçado, em minha idade, é que tive um momento de entusiasmo ao falar aos soldados da guarda e arrancar as dragonas desse poltrão […]. Se Fabrice quiser de qualquer maneira voltar para a cidade, que venha se hospedar na minha casa.”

Citação de fala dentro de diálogo é marcada com aspas: — “Que importa o nome?”, dizia-nos ele outro dia — acrescentou Mathilde. .

Caso persistam dúvidas quanto à pontuação de diálogos, uma boa fonte de consulta é o artigo de Janayna Bianchi, no blog Curta Ficção (http://curtaficcao.blubrry.com/2018/05/10/dica-de-escrita-como-pontuar-dialogos/).

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