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Sobre índice remissivo

Os livros da Edufes têm índice remissivo.

Trata-se de uma lista de termos que sintetizam os assuntos tratados na obra com a indicação das páginas onde aparecem.

Quem faz

O indexador é alguém que lê e compreende o texto.

No caso da Edufes, essa figura é o preparador.

No momento que submete um original à Edufes, o autor envia uma lista com os termos que considera representativos dos assuntos tratados em sua obra.

O preparador, no entanto, é quem, de fato, identifica e seleciona os termos.

Quando se faz

Sugere-se uma avaliação da adequação do índice enviado pelo autor ao final da primeira leitura e a realização de ajustes durante toda a segunda leitura.

No entanto, a construção propriamente dita, ou seja, a marcação dos termos nas páginas, deve ser feita depois de terminada a preparação, a fim de garantir que o índice corresponda à versão definitiva do texto preparado.

Recomenda-se que o preparador faça as marcações das páginas do índice enquanto o autor/organizador da obra verifica e aprova a preparação de texto.

Ao enviar o livro ao autor, as palavras propostas para compor o índice devem estar listadas no final da obra, sobretudo se o preparador houver inserido/excluído termos.

Local e tamanho do índice

O índice é o penúltimo elemento da obra, posicionado antes da página de créditos.

Seu tamanho varia muito. Um índice conciso pode funcionar melhor que um longo, desde que esteja apropriado para abarcar a temática do livro, sem ambiguidade e de forma compreensível para o leitor. Mas, no geral, o índice ocupa entre 1/50 e 1/20 das páginas do livro.

Ele é configurado em duas colunas, com letra menor (10 pontos), portanto, o índice de um livro de 300 páginas pode ter de 20 (ou menos) a 60 páginas em coluna simples com tamanho de letra normal (12 pontos), para terminar numa versão em duas colunas com de 6 a 15 páginas.

O que indexar

Os termos que compõem o índice devem ser significativos e representativos do conteúdo da obra, além de atenderem às necessidades do leitor que o consulte.

O índice não é, pois, uma lista de palavras do texto com a indicação das páginas em que elas estão escritas, tampouco uma lista indiscriminada de tudo o que é mencionado no livro.

Por exemplo, nem todo nome de pessoa que aparece em uma obra deve ser indexado. Um autor pode ser muito citado em um livro, mas, se ele próprio (mas sim apenas suas ideias) não é um assunto do livro, não há por que incluir o nome no índice. O mesmo vale para pessoas, lugares, eventos e instituições que são mencionados en passant ou secundariamente.

O critério de seleção, portanto, é um tanto subjetivo, depende da relevância que o preparador atribuir a cada assunto. Uma dica é manter em mente a seguinte pergunta: o que o leitor provavelmente está buscando quando procura algum assunto específico?

O que não indexar

A matéria principal para a elaboração do índice está no desenvolvimento do texto; deve-se avaliar, contudo, se a introdução, os apêndices e os anexos têm material significante para ser indexado, que pode ser valioso para o leitor interessado em algum tema.

Em regra, não se indexam:

  • sumário
  • prefácio
  • glossário
  • referências
  • títulos de capítulo e seções
  • seção sobre o autor
  • colofão
  • créditos

Estratégias para eleição de termos

Algumas partes da obra são especialmente importantes para a elaboração do índice, pois, em geral, contêm muitos dos termos que representam os assuntos tratados na obra.

Estão entre elas:

  • títulos e subtítulos
  • quarta capa e orelha
  • prefácio e/ou apresentação
  • títulos de ilustrações, diagramas, tabelas
  • palavras ou grupo de palavras em destaque (sublinhadas, em itálico)

No entanto, o tema central da obra, representado no título, não precisa/deve estar no índice, pois se pressupõe que o livro inteiro é sobre aquele assunto, impossibilitando indicar páginas específicas onde ele esteja tratado. Por exemplo, na obra de Henri Meschonnic, Poética do traduzir, o termo “tradução” não estará no índice (mas “tradução domesticadora” poderia estar…)

Inclusão/exclusão de palavras

Os autores normalmente enviam listas com um número insuficiente de termos. Então, o preparador, ao longo de seu trabalho, inclui ou exclui palavras no arquivo original.

Se o preparador observar que o autor faz menção a um personagem histórico na obra, dando alguma relevância ao tema, o nome deve ser incluído. Por outro lado, se o autor escrever um livro chamado Pseudociência e incluir este termo no índice, ele deve ser excluído, pois é óbvio que todo o livro trata desse assunto.

Alguns termos precisam ser ajustados, modificados para aparecerem de maneira mais intuitiva no índice. São os substantivos os principais componentes de um índice, embora outras classes de palavras não estejam proibidas (sobretudo nas subentradas). Assim, às vezes, se o autor designou um adjetivo ou um verbo para o índice, convêm alterar a palavra. Ex.: substituir “invadir” por “invasão” ou “transparente” por “transparência”.

Referências cruzadas

As referências cruzadas devem ser usadas com parcimônia, em alguns casos específicos, a fim de conduzir o leitor sem prendê-lo em uma caçada ao termo.

A referência cruzada é utilizada muitas vezes quando a entrada é composta por mais de uma palavra. Por exemplo, se houver a entrada “filosofia da educação”, pode-se criar uma referência cruzada:

  • educação, filosofia da, ver filosofia da educação

Porém elas não são automaticamente necessárias para todos os termos compostos.

Em um livro sobre o modernismo brasileiro, basta incluir a entrada “Semana de Arte Moderna”, sem a necessidade de “Arte Moderna, Semana” constar no índice.

Usar ver:

  • Se o autor cunhou palavras e/ou usou termos que o leitor não consideraria procurar no índice em princípio, incluindo um sinônimo mais conhecido (mesmo que não tenha sido utilizado no livro):
    • casamento ver esponsório
    • esponsório, 10, 17, 20-28
  • Se sinônimos se alternarem na obra numa mesma seção, elege-se um deles para ser aquele em que indicarão as páginas naquele trecho.

Usar ver também (como último elemento da entrada, antecedido pela lista completa de páginas da entrada referenciada):

  • Se sinônimos para se referir a um mesmo assunto se alternarem na obra em partes diferentes (especialmente utilizado em coletâneas).
  • Se figurarem no índice um termo mais amplo e outro mais restrito:
    • mamíferos, 35-38, ver também baleias
    • construção, material, 54, 55, 57, 60, ver também tijolos.
  • Se houver entrecruzamento de sentidos entre os dois termos:
    • ouro, 39-40, 45, 47, ver também dinheiro.

Conforme a necessidade, as referências cruzadas são utilizadas nas duas direções (sobretudo no caso de sinônimos):
dinheiro, 55, 72, 78, ver também ouro

Utilizam-se os termos ver ou ver também com inicial minúscula nas referências cruzadas.

Para observar como criar uma referência cruzada para uma entrada, consulte-se a seção Como fazer o índice.

Entradas e subentradas

As subentradas são termos que descrevem ou restringem a entrada principal, mantendo com ela alguma relação lógica ou gramatical.

Por exemplo, a entrada “dívida” pode ter as subentradas “externa” e “interna”. Em dívida, podem estar indicadas páginas que não tratem nem de dívida externa nem de dívida interna especificamente. Nas subentradas, colocam-se as páginas que tratam especialmente dessas duas subcategorias de dívida.

Como regra geral, as subentradas não são necessárias se houver menos de três páginas de índice de entradas principais (são, pois, um recurso a ser usado parcimoniosamente). No exemplo mencionado, haveria três entradas principais (dívida, dívida externa, dívida interna), e não uma entrada e duas subentradas, se o índice fosse curto.

Deve-se, assim, considerar a complexidade e o escopo do livro para eleger termos pertinentes para as entradas e distingui-las das subentradas.

É preciso tentar prever se um item listado como subentrada ficará perdido para o leitor, que pode não o encontrar na entrada principal.

As entradas e subentradas no índice figuram, pois, da maneira mais clara possível, escapando às ambiguidades e facilitando sua localização. É importante estabelecer os padrões que melhor convierem e segui-los com consistência.

Dicas para a redação de entradas e subentradas

Sobretudo a palavra que designa a posição de uma entrada no índice precisa ser significativa, intuitiva. Veja alguns maus exemplos:

  • efeito da poluição
  • necessidade de dinheiro

No caso, é melhor utilizar entradas com subentradas:

  • poluição, 10-14
    • efeito, 13
  • dinheiro, 98, 100, 104
    • necessidade, 98

Se a entrada não traz nenhuma página indicada e tem apenas uma subentrada, mantêm-se os termos na mesma linha separados por vírgula, economizando espaço:
• programa, instalação, 54-56

As entradas e subentradas são redigidas com inicial minúscula, se não forem nomes próprios.

Nomes de pessoas são escritos por inteiro ou com a forma mais longa referenciada no texto, de acordo com o que é mais conhecido:

  • Fernando Henrique Cardoso
  • Caetano Veloso

A entrada pode ser feita pelo sobrenome de uma pessoa, se for o nome mais conhecido dela:

  • Deleuze, Gilles
  • Machado de Assis, Joaquim Maria

Nomes que representem mais de uma coisa podem ser esclarecidos com uma nota entre parênteses:

  • São Paulo (estado)
  • estreito (acidente geográfico)

Siglas amplamente conhecidas podem ser listadas e alfabetizadas sem sua definição ou a antecedendo:

  • CEP
  • ONU (Organização das Nações Unidas)

Termos flexionados ou derivados no livro (nomes no plural, no feminino, verbos conjugados etc.) constam no índice, em geral, na sua forma de dicionário (exceções: quando o plural ou a forma derivada é mais significativa para o leitor) e, de preferência, como substantivos.

Termos estrangeiros e nomes de obras mantêm o itálico.

Nomes de obras podem ser seguidas do nome do autor, se for considerado necessário:

  • Os girassóis (Van Gogh), 15

Mantenha preposições nas subentradas apenas se for necessário para efeitos de clareza:

  • limpeza
    • de automóveis

Uma estratégia que pode ser útil na hora de criar subentradas é o uso da preposição “e”

  • pobreza
    • e desemprego
    • e educação
    • e encarceramento

Embora a concisão seja importante, às vezes se empregam termos mais longos no índice, com fins de clareza:

  • internet
    • acesso na zona rural

Intervalo de páginas

Quando um assunto é tratado por mais de um parágrafo, a marcação no índice deve indicar um intervalo de páginas.

Se o assunto abranger um parágrafo inteiro, também é possível marcá-lo como um intervalo de páginas, já que o parágrafo pode se dividir em mais de uma página. No entanto, não é recomendável fazer isso, pois tornará demasiado longo o processo de elaboração do índice. Nesse caso, recomenda-se deixar a marcação diante da palavra que constitui a entrada do índice. O leitor, ao localizá-la, pode facilmente verificar a necessidade ou não de ler todo o parágrafo.

O intervalo de páginas, muitas vezes, abrange um capítulo (sobretudo em coletâneas) ou uma seção inteira do livro. Atenta-se ao título dessas partes, pois ele dá pistas importantes para o preparador decidir se uma seção inteira deve ser marcada.

É comum que um assunto seja tratado ao longo de um intervalo de páginas, mesmo que a palavra que constitui a entrada do índice não esteja repetida em todos os parágrafos. O autor pode ter usado outras formas (pronomes, metonímias e outros elementos anafóricos) para prosseguir a discussão.

Para indicar intervalo de páginas, inclui-se o número da primeira e o da última página ligados por um hífen.

Se algo (como uma ilustração) interromper um assunto que estiver sendo tratado de forma contínua por algumas páginas, o preparador deve decidir se prefere indicar um intervalo contínuo de páginas (21-27) ou colocar dois intervalos distintos (21-22, 24-27).

Para sinalizar a necessidade de criar um intervalo de páginas para uma entrada, consulte-se a seção Como fazer o índice.

Conferência e ajustes na revisão de provas

Como nossos índices são elaboradas com a ferramenta Referências do Word, o que não permite realizar muitos ajustes na aparência do índice, além de conferir se os números das páginas indicadas no índice estão corretos, é preciso que o revisor de provas solicite algumas retificações ao designer, conforme as orientações a seguir.

  • Notas de fim são sempre referenciadas pela página (na qual a nota de rodapé está), a letra “n” e o número da nota, sem espaço entre eles: 102n8.
  • Notas de rodapé podem ser indexadas apenas com o “n”, após o número da página: 17n.
  • Se houver mais de uma nota de rodapé na página, então ao indexar uma nota, o número dela deverá ser adicionado à indicação da página: 17n2.
  • A indicação de intervalo de páginas, não deve ter números abreviados, como em 102-10; usa-se: 102-110.
  • Se uma página é indexada duas vezes numa mesma entrada (sozinha e como primeiro ou último elemento de um intervalo de páginas), a indicação de página isolada deve ser eliminada.
  • O ponto que aparece automaticamente nas referências cruzadas antes de ver deve ser substituído por uma vírgula.
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